orgias de guitarras, bateria magistral, baixo poderoso, palavras que nos roubam a alma. é difícil escolher um álbum dos Linda Martini, todos diferentes, todos igualmente perfeitos. este foi para mim o álbum de 2010.
para além de um universo doloroso, intenso e poético comum a todas as músicas, há algumas que se destacam, por apresentarem uma maior intensidade e densidade psicológica. em Nós os Outros sente-se o desespero de uma relação que nunca funcionou, na Mulher-a-Dias vê-se a sujidade e o caos da alma desarrumada, a toda-poderosa bateria de Hélio Morais atinge o céu para nos dar uma reflexão sobre a partida em Elevador, há espaço para o devaneio juvenil de Juventude Sónica, o baixo perfeito e a crítica ao mau perder como incentivo à acção em Belarmino VS. tudo isto num álbum que reflecte o início dos Linda Martini, o regresso a um universo que é deles, um álbum que após as primeiras audições exorciza qualquer coisa.
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