Agonia-me a vida. Agonia-me a sua incerteza. Isto quando não me aborrece claro está. Prefiro a agonia ao terrível vazio do tédio, que faz apodrecer em vez de envelhecer. Não sei se hoje tédio ou agonia, mas sei com certeza que muito desagradável. Ah, que nefasta vontade de me fazer ao céu por essas janelas que não dão para lado nenhum...
O subconsciente enche-nos de sonhos, fixações, objectivos razoáveis mas longínquos, enquanto o ser razoável perde as suas horas a desfazê-los, para uma menor distância da paz. Quantas vezes me vi a acordar com sentimentos que já não tinha na noite anterior. Mais, quantas vezes me vi acordar com sentimentos que há muito não alimento e que ainda na noite anterior decidira desfazer da razão, por perceber que não existiam já. O subconsciente não aceita ordens, o subconsciente não aceita a razão, o subconsciente quer o céu e busca-o, por mais que precise de se revoltar contra todo o ser, contra a sua sanidade, e contra aquilo que parece ser a vontade do todo. O subconsciente é a minoria que nunca pare de lutar pelos seus direitos.
Não é, por isso, estranho que nos apareçam coisas na cabeça que nos não pertencem: essa é a típica estratégia terrorista desse rebelde que por vezes nos enche, por vezes se esconde, mas nunca desaparece. O ser racional esse quer a normalidade, quer a razão e combate contra todos os resquícios de alma e de insubmissão que pendam de nós. É a guerra da mente e da alma. Uma guerra amigável que nos faz seres incoerentes, mas acima de tudo, que nos faz ser.
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