Thursday, October 29, 2009

Obsessão



Qualquer pessoa que tenha seguido o blog nos últimos dias poderá ficar preocupado comigo: depois de um post chamado Insanidade e de uma correcção onde dizia que me tem sido habitual a falta de palavras, escrevo um post com o nome de Obsessão. E provavelmente não estarei muito bem. Quem está afinal? Ando com a cabeça demasiado cheia... E andar com a cabeça demasiado cheia é mau, ou pelo menos não faz muito bem à saúde... Posso dizer que ando obcecado, como raramente andei... E viver obcecado é como correr à procura do fim do mundo: podemos correr o quanto quisermos, que não faremos mais do que andar às voltas.

Não posso dizer que seja alérgico a obsessões, mas elas não são propriamente saudáveis, se bem que já tenho alguns anticorpos naturais contra elas. Sou uma pessoa constantemente obsecada, se bem que numa intensidade muito inferior aquela por que passo. Mas mesmo estas enchentes são comuns: de x em x dias lá fico eu uma semana, um mês ou meses nos casos mais graves, completamente obsecado. Mas desta vez ela caiu do céu, (um aparte, acabei de ter um deja vu...) .

Ando atrás de algo: essa estátua que está no cimo de uma duna, e que eu tento apanhar. Posso continuar a tentar apanhá-la, ou melhor, vou continuar a tentar apanhá-la, não porque queira, mas porque não consigo apanhar... mas quanto mais corro por essa duna acima, em pior estado ela fica e maior é a probabilidade de a estátua cair desamparada no chão de betão, suavizado por uma leve e fina camada de areia, que não fará mais do que camuflar os milhões de pedaços da estátua, que mais vão parecer poeira. É o mal das obsessões, para além de nos cansar infinitamente, ainda destrói quem e o que nos rodeia, deixando feridas que dificilmente sararão. Felizmente neste meu caso, provocarei escassos estragos em terceiros. Em contrapartida destruo-me a dobrar...

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