2009 foi muita coisa. Grande ano para a música portuguesa, modesto para a música internacional mas crescentemente degradante nos seus principais Media, pareceu-me bom para o cinema, quente para a literatura, fraco para economia, triste para a política portuguesa e internacional (em particular para a italiana), e assustadora para o planeta. Aconteceu muita coisa. Parece que ainda ontem estava a pensar "Epá, este vai ser um ano do caraças!" como penso todos os anos, este com uma expectativa acrescida pelo seu valor numérico. Cedo se tornou um ano de solidão e reflexão e de pré-revolução.
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2010 será muita coisa. O quê? Não faço ideia... Pensei que ainda estava mais longe, mas está a cerca de 2horas e 3 minutos. Expectativas? Muitas...
Um dos melhores filmes de animação que já vi, e um dos que mais me emocionou, pelo menos nos últimos tempos. Adorei a música, composta por Michael Giachinno, e a história é bem profunda. Foi o primeiro filme de animação a abrir Cannes. Justifica-se, porque é sem dúvida um grande filme. Talvez não seja sequer o melhor filme de animação do ano (estou muito curioso em relação ao Mary and Max), mas duvido que algum filme me venha a emocionar tanto como este, talvez muito por causa do peso do passado nesta história. Aqui posto a minha parte preferida do filme: parte da introdução.
The application uses a set of random Chinese characters to correspond with 26 letters in English alphabet. The company claims this will "add mystery to your writing".
At least they are smart enough to put up this disclaimer at bottom of the page:
"The translation provided by Chinese Alphabet is intended for personal use and entertainment only. Not recommended for tattoo artists to use this to tattoo their clients, iPhone app developers to localize Chinese apps, CIA agents to communicate national secrets, or security professionals to encrypt passwords."
Sou muito céptico no que toca a filmes engrandecidos pela crítica, assim como grandes sucessos de bilheteira. É o caso deste filme. Esqueçam o 3D... O filme vale por si só!!! Uma grande história, que nos vários comentários que ouvi parece ser esquecida... Realizado e escrito por James Cameron, este senhor merece vénias. 5 anos de trabalho creio? Notam-se muito bem, até parecem poucos. Não exagerarei ao ponto de dizer que é o melhor filme dos últimos anos, nem me arriscarei sequer a dizer que é o melhor filme do ano, mas é sem dúvida um grande filme!
Passou muito tempo. De tudo. Não me lembro de ser. Não sei se sou. Lembro-me da vida há muito tempo. Lembro-me de pensar que belo ano que vai ser, ironicamente, num qualquer dia 1. Hoje, já vejo o final desse ano. Não foi belo, não foi nada. Cru, seco, banal. O ano passado era. Não sei o quê, mas era. E este ano fui sendo também. Cortei, com muito custo, muitas cordas que me uniam ao passado, ao que sou quando chove. Mas nunca cheguei a ser verdadeiramente.
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Não gosto de datas. Por mim os dias poderiam ser todos iguais. Era da forma que não éramos presos em armadilhas do tempo. Já? A sério? O tempo nunca é na quantidade em que parece ser. De que me vale viver um ano, se todos os segundos são no fundo iguais? E o mais curioso é que me prendo a esta realidade que, sem lógica e sem sentido, me fascina. Talvez por isso mesmo: estou farto de planos, de estratégias, de linhas, ainda que as faça sempre e para tudo.
Está aí o Natal. É me indiferente. Perdi-lhe o gosto, como já perdi à Páscoa, ao Carnaval, à Passagem de Ano, etc... E o Natal é belo! Pelo menos escrito, filmado, cantado. Tão fantástico!!! Ao vivo não é tão fantástico... É muito mais banal, consumista, superficial, do que belo, profundo, forte. Talvez esteja doente, não sei... Talvez seja mais engraçado ver o mundo de uma forma mais deprimente. Ainda que corra o risco de me tornar depressivo, ou até mesmo deprimente.
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Adoro esta música. Do início ao fim. Nunca pensei ser possível gostar tanto de uma música instrumental. Nunca pensei poder de gostar de PF sem o Roger. Nunca pensei que a definição da vida pudesse ser tão simples. Não a consigo explicar, mas quando ouço esta música sei perfeitamente qual é. Ela cheira a noite, tresanda... Cheira a homem. Cheira a desespero, que a par da culpa é talvez a maior das emoções humanas. Um homem desesperado corre. Nalgum sentido. Também eu corro, ouvindo esta música. E neste meu inferno depressivo, deprimente, ridiculamente enfatizado, ou mesmo puramente ridículo, meramente infantil, sem razão de ser, estúpido vá, vivo mais que muita boa gente. Podemos chamar a esta música uma eternidade. É uma eternidade, e eu estou fechado nela...
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Não ligo muito a datas, mas ainda assim, desejo a todos UM FELIZ NATAL!!!!
A Evolução estará eternamente presente em tudo. Também o Homem evoluiu, evolui e evoluirá. O Homem é um animal, e está por isso sujeito às mesmas leis que outro qualquer. Segundo Lamarck cada espécimen sofria alterações individuais de acordo com as suas necessidades, passando esses caracteres à sua descendência. Segundo ele, as espécies evoluíam no sentido da perfeição. Darwin, mais aceite que Lamarck, sugeriu que dentro de uma população de indivíduos da mesma espécie, todos tinham características diferentes, e por isso, só os melhor adaptados sobreviveriam, passando essas características à descendência. Darwin também fala algures da evolução como estrada para a perfeição.
Tal como o Homem, também a Sociedade evoluiu, evolui e evoluirá. Creio, no entanto, que a evolução a que esta está sujeita não tende para a perfeição, por isso das duas uma: ou a sociedade não se rege pelas mesmas leis que os animais, ou estas contém erros, e toda a evolução é muito mais aleatória do que parece ser. Não digo com isto que a evolução da sociedade é aleatória, porque a palavra não descreverá na perfeição aquilo que pretendo demonstrar... A sociedade está talvez com menos defeitos que há uns anos valentes atrás, mas está muito mais imperfeita como todo que é. Note-se que não falo de política, nem de causas maiores, mas de coisas ditas "menores" que enchem todos os dias e que com certeza têm uma influência enorme nas causas maiores.
Só o facto de estar aqui a escrever já passa muito dessa imperfeição: a virtualização desta mensagem e a consequente banalização. Parece-me que as coisas começam a perder magia, valor. Parece-me que toda a evolução que a Sociedade sofreu nos deixou num sítio mais pobre, e sem graça: mais fácil de viver.
Para mim, a melhor música da década, do melhor álbum da década, com um dos melhores videoclipes da década. Até nem são os meus favoritos, mas tendo em conta tudo que os rodeia, parece-me que são mesmo o melhor trabalho da década.
Já agora aqui vai a minha música preferida do Demon Days:
Enganam os sorrisos as vozes, modificam as luzes... Só para não mostrar a sua real face. Não se querem perder na verdade de ninguém. E eu fraquejo por viver acelerado. E que digo eu calado? Nada... F***** que não sei o que dizer... São tão falsas as pessoas que tenho de ocultar a minha voz, que ainda ma levam... E daí? Eu também sou...
Está frio. Como se isso me importasse! Sorrio, rio e engraço com o frio que abraçando me vai contando que já fui homem. Agora pó rio-me, como o rio que sai dos seus olhos, rumo a um mar desconhecido. Adoro esse rio, esse mar, sorrio. E o mar é ela, como majestade tempestuosa que põe na mão o coração, e sorri. Que sorriso esse! Até me faz tremer! Algures bem lá no fundo de mim. Ainda tremo, ainda que já quente, e ainda que não haja pedaço que tente, mais, ser frio. Tremerei de frio ou sorriso? Medo. Tremo de medo por perder o que não tenho, o que não me pertence. O mar longínquo parece cada vez mais belo, cada vez mais longínquo, cada vez mais acolhedor. E eu que tenho frio.
Vivo numa vila onde tudo se sabe em pouco tempo. Toda a gente sabe se fulano tal casou ou não. O concelho tem 30000 habitantes, a vila não deve ter metade disso, por isso... Toda a gente sabe quem morre, e espalha a notícia. Também se sabe dos cancros, quem teve quem não teve. Pois bem, nos últimos dois anos cerca de 5 professoras na escola teve cancro, o que é muito elevado, para um concelho onde muita pouca gente chega a ter cancro. No concelho os casos também têm disparado, mas creio que não tanto como na educação, que é apenas uma pequena classe profissional, que não deve representar um décimo da população do concelho. No entanto os casos conhecidos de cancro devem ser bem mais que um décimo que os manifestados em todas as classes profissionais.
O amianto é uma substância cancerígena e representa a cobertura de grande parte das escolas do país. Naturalmente este pode ser visto como um factor perigoso, e é. As escolas não fazem a sua substituição, nem os conselhos executivos, nem a entidade máxima da Educação. Já tive um professor que fazia parte do Conselho Executivo. Segundo ele a quantidade de amianto nas coberturas não era muito considerável, pelo que não se justificava o emprego de quaisquer fundos. Ora, esta é uma substância extremamente cancerígena, proibida nalgumas partes do Brasil, França, Inglaterra, ...Todas as partículas de amianto são consideráveis!
Seria muito caro substituir todas essas coberturas por chapas metálicas? Talvez não fosse barato, mas não seria mais caro do que os novos plasmas que apareceram na escola, provavelmente fruto do plano tecnológico, que, numa escola com este atentado à saúde pública e onde chove dentro por vezes, se torna ridículo. Muito, muito ridículo!
Sei que disse que não iria mais falar de política, penso que até tenho cumprido, mas com coisas tão ridículas como isto, e com muitas outras que se têm passado (tantas), e eu calado, cada vez mais se vê que este primeiro ministro só sabe fazer propaganda política, esquecendo-se de que há um país que há cerca de 15 anos, 20, está à espera de governantes, e que nunca conheceu políticos 5*.
Fugi um pouco do tema, mas aquele homem,(perdoem-me o Ad Hominem) que faz tudo a pensar nas próximas eleições, que quer mandar no seu partido e nos outros, que se esquece que agora manda menos que os outros 4 partidos, e que só está no poder porque há alguns fanáticos, outros interessados, e alguns que não queriam arriscar noutra cor política, tira-me do sério, de tão pouco sério que é. Qualquer um dos outro quatro partidos era melhor escolha, pelo menos enquanto à frente do PS estiver esse senhor, " a esquerda possível" com que Manuel Alegre o apelidou, descendo na minha consideração (que era muito alta), esquecendo-se que Portugal para Sócrates são os poderosos, e um punhado de familiares.
Note-se que a notícia ainda não foi confirmada. Sinceramente estou muito cauteloso em relação a isto... Mas se por acaso se confirmar não fico demasiado admirado. É um excelente guitarrista, e encaixava nos Red Hot perfeitamente, mas parece que o seu lado mais lírico e vocal perde um pouco neste tipo de projectos.
Sempre o achei muito parecido com o John Lennon fisicamente, e, respeitando as devidas distâncias, mesmo artisticamente. Se Lennon não ganhou muito com a saída dos Beatles, a meu ver, o Frusciante pode ascender a um outro nível em reconhecimento.
Se isto se verificar, só espero, que os RHCP não se limitem a manter o nível que têm tido (contestável no que aos álbuns diz respeito, apesar de muitas grandes músicas) mas que melhorem um pouco (podiam começar a fazer álbuns, e deixar de fazer aquelas espécies de compilações).
Gosto muito de RHCP e do Frusciante a solo, preferia que ambos os projectos se mantivessem, mas se não for possível, que ambos continuem a fazer boa música.
But then he decided to switch from horizontal to vertical writing, and then split up the characters at the wrong places, making two characters into four.
Lembro-me de ser, de ter sido. Agora nada, sinto-me perdido. Só nas cordas de uma guitarra, na voz de um anjo, nas lágrimas de um inocente me consigo encontrar, mas encontro-me perdido.Por mais que queira não depende da minha vontade a minha existência. Só sou quando me deixo ser, quando me esqueço que sou, ou que algum dia fui. Acho que já fui, mas por vezes tenho dúvidas, porque ser, ser todos são, mas muito poucos são seres. E eu tento ser. E eu indo ser lá vou conseguindo deixar-me ser, e sendo vou ser. Sou mas nunca fui talvez mais que pó. Pó sobre a memória, pó sobre o passado. Um pouco do pó de uma ampulheta que nem sequer é.
Wednesday, December 9, 2009
from: Herouth M. to: tiangotlost@gmail.com date: Mon, Nov 30, 2009 at 1:43 AM subject: [Fwd: Emailing: P1230294.JPG]
Hi. I'm from Israel. Love your blog.
The story goes like this: I study Japanese for several years now, and I can read about 1400 kanji more or less. One day, my co-worker approaches me with his cellphone. "Can you tell me what this says?" he asks me, showing me a photo of a piece of fabric carrying the kanji 私変態. I take a look, and reply "It's not grammatical, but it basically says "I'm a pervert".
"What?!"
"'I'm a pervert'. The first character means 'I', the other two mean 'pervert'", where did you get that from, anyway?
"It's on my 1.5 years old daughter's shirt!"
After LOLing for about 15 minutes straight, I kind of demanded that he get me a photo of the complete shirt so I can send it to Hanzi Smatter. And here is the shirt, complete with the cute, luckless 1.5 years old "hentai" herself.
I mean, yes, I have seen intentionally-made "hentai" shirts around the web (and on Hanzi Smatter). Adults buy them and wear them for the laughs. But who in his right mind would put this on a toddler's shirt, and sell it in a children's clothing store rather than a joke shop? I can't imagine.
Yes, I suppose it *could* mean "metamorphosis", but really, outside scientific contexts, it's almost always means "pervert". Or am I wrong?
Cheers, Herouth
Cute kid, though. The "bunny" or whatever kind of cute animal that is also on the shirt is a nice touch. We have obviously uncovered a diabolical plot to "pervert" innocent youth with inappropriate hanzi!
By the way, the T-shirt would be cuter and better if it was grammatically correct, like:
私、変態なんです。[I ... am a pervert.]
私、変態かも…[I might be a pervert...]
As it is, it sounds more like Tarzan-speak: "me - pervert." You kind of expect "you - Jane" next.
Tem um dente torto? Meta um aparelho. Tem um rasgo, por mais pequeno que seja, na camisola? Cosa-a. Tem o cabelo despenteado? Penteie-o. etc. Parece que hoje tudo tem de estar perfeito. Se calhar já era assim antes, mas antes não vivi, ou não me lembro.
O ser humano deve caminhar no sentido da perfeição, tem de querer ser melhor do que é, mas não demasiado. A raça e o indivíduo. Todos os homens. Eu tenho de fazer isso não sei bem porquê, mas tenho. Chamem-me conformista, chamem-me incoerente, mas eu acho que uma pessoa não tem de se melhorar constantemente. Acho que isso é uma decisão nossa, de cada um dos seres individualmente. Posso até me querer melhorar, e melhoro (tento pelo menos), mas não quero que me obriguem a fazê-lo. Em coisas mais importantes para mim, como alma, capacidade intelectual e da mente, faço-o, em coisas que não são muito importantes para mim, por mais que me peçam, tento não fazer.
A única hipótese que nós temos de nos tornarmos perfeitos, é eliminar os defeitos. A perfeição, tal como é entendida e conhecida por grande parte de nós, é algo idílico, inatingível, para outros é o equilíbrio, de onde se destaca o equilíbrio da vida. Eu encaixo-me no segundo grupo. Por isso acho que a coisa perfeição é aquela que tem vários defeitos (por vezes muitos mesmos), para funcionar na plenitude como deve. Aliás, que piada tem algo sem defeito? Por isso me declaro com defeito.
Entrei num myspace que se apresentava pouco popular: 930 visitas; 676 reproduções totais isto desde 10-11-2005. De qualquer das formas ouvi algumas músicas. (boca aberta) . Foi sem dúvida uma surpresa ver alguma daquela música, que talvez não sendo espectacular (muitas dúvidas), está a quilómetros de distância desse ponto das 930 visitas! Se eu ouvisse as músicas diria que no mínimo tinham entre 10000 e 50000 visitas...
Não sei a que se deve tão número baixo! Falta de promoção, utilização de outra plataforma, falta de espectáculos... Creio que Inmyths, o projecto de Hugo Celso, reúne música que ele foi escrevendo, nos vários projectos em que entrou nos últimos 15 anos. Não sei, só sei que ele tem grandes músicas.
Esta nem é das melhores, e mesmo assim tem uma qualidade bastante elevada. Ele classifica o seu projecto com os estilos Grunge, Alternativo e Rock. Não sei se terá acertado no estilo. Bem, vejam e tirem as vossas conclusões com a poderosa "Seven Arrows", a introspectiva "Inmyths" e a ligeira "This song I wrote": @ myspace.
Não és mais que sombra, tu. Não és mais que sombra, mas falas para mim. E eu não respondo: a minha mãe não me deixa. Não posso falar com estranhos. E tu és uma estranha. Acho que já foste outra coisa qualquer, mas agora és uma sombra, ou outra qualquer criatura esquisita. Peixe? Peixe não és... Então? Não poderias ser? Poderias, mas não és... És mais alma, mais vida do que outra coisa... Mas não a vida que tinhas dantes, uma nova vida que não te pertence, nem a mim, nem a ninguém. A alma cheira a velha, mas não é. Nova. Fresca. Acabadinha de fazer. Não és quem eras, nem serás, nem foste (ou será que sim?). És só a sombra de algo pouco claro. Já nem sei se és, pelo menos para mim. Pareces estranha. E eu não posso falar com estranhos.
Ando cansado. Ando eu, anda toda a gente. Uns mais que outros, mas toda a gente está de qualquer forma cansada: tal como miserável. Uns estão cansados de viver, outros por viver. Uns cansados de não fazer nada, outros por nada quererem fazer, e não poderem. Um descanso às vezes iria bem. Hoje ir-me-ia bem. Ficava-me bem: até combina com o meu tom de pele. Deixo de ter alma, por esta ter estado tão forte algures no tempo. E apetece-me descansar. E a todos nos apetece descansar.
Quem corre por gosto não cansa, mas algum dia terá de parar, e quando parar vai notar o cansaço... Eu não sei em que me canso mais: se a correr se a me cansar de correr. A nossa vida é uma jornada, e temos muito que correr. Temos duas opções gostarmos da corrida, e não parar até ao fim até sucumbirmos no meio da estrada, ou queixar-mo-nos toda a corrida, e acabar o nosso caminho estafados, felizes ou não, mas aliviados.
O cansaço cansa. E atrapalha. O cansaço consegue moldar a nossa atenção, a nossa mente. Consegue até afectar a nossa inteligência. Eu sinto-me mais criativo quando estou cansado, mas tenho menos vontade de criar. Só não gosto de me cansar por causa de outros, por causa de outros mo exigirem. E é por isso que me sinto tão cansado: por que tenho feito a corrida de outros.
Peço desculpa por vos submeter ao fruto do meu cansaço, mas como vocês talvez estejam tão ou mais cansados que eu, vão ler, ou não, passando os olhos por cima, e achar que o que eu escrevi é perfeitamente normal, como eu acho aliás, neste preciso momento.
Pára um bocado e respira. Sente o ar a entrar no teu corpo. Sente, vive. Tira um segundo só para ti, só para a vida. Tira um segundo para viver, já que nos outros todos estás tão ocupado.
Imaginem que expressavam os vossos sentimentos, pensamentos sob a forma de poemas num caderno verde. Foi o que eu fiz. Daí o nome. Limitei-me a quase copiar e colar o que lá escrevi, por isso talvez não seja uma obra propriamente dita, muito menos perfeita. Podia ter limado arestas aqui, mas o que eu quis foi conservar o que tinha escrito neste último ano, em que muita coisa aconteceu. Pode ter muitos defeitos, mas também eu tenho. Este livro não é mais que eu no último ano, em determinados momentos. Daí a tamanha repetição de poemas na primeira pessoa.
Não tenho objectivos comerciais ou de outra ordem com esta edição, mas de qualquer forma quem quiser pode fazer download gratuito, ou mesmo comprar.
A quem for ler, se por acaso alguém o quiser fazer, aconselho que comecem pelo fim, porque apesar de a ordem não respeitar sempre uma linha temporal, a parte final está consideravelmente mais forte, mais poética diria até.